
Nas minhas palavras... escrevo-te!
Falava-me de revolução, de mim mesmo para mim próprio.
De mim para o meu corpo, de mim p’ra ti que te escrevo.
Corpo, corpo meu, cansado andaste e com os teus pés o fizeste.
De mim para ti falo... eu sou tu, mesmo que isso não queiras ser.
Corpo, corpo meu... tantas e tão poucas levastes... p’sadas foram elas.
Da cabeça aos pés, do teu corpo... pelas entranhas, na alma tocaram.
Benditas sois vós, Dona da delicadeza... a vós rezei o rezei, o meu corpo.
Por vós mereci a bondade... aos vossos pés me deitei.
Por eles amarinhei... chegadas as cochas... sobre elas chorei.
Fechadas ao alto vivi... o prazer de uma dor não sentir.
Do meu corpo soltaram-se amarras... amarras velhas.... amarras soltas.
Soltas que nem vento... ao mar foram deitadas.
Tonto, embriagado... fervo de amor... em águas brutas navego.
Fraco de amarras soltas...
Corpo, que me dizes? Como estás?
Sente... sente a liberdade aos teus pés... a vontade no vento.
Como estás? Sente... mesmo doente... sente o calor e o frio.
Como estou? Livre... sinto o vento... o mar, a bater-me na alma.
Leve, bastante leve... me sinto... sinto a passar-me na alma.
Sinto o mar a entrar... a inundar.
Sente, sente, corpo, corpo meu... flutua na água do mar.
Falava-me de revolução, de mim mesmo para mim próprio.
De mim para o meu corpo, de mim p’ra ti que te escrevo.
Corpo, corpo meu, cansado andaste e com os teus pés o fizeste.
De mim para ti falo... eu sou tu, mesmo que isso não queiras ser.
Corpo, corpo meu... tantas e tão poucas levastes... p’sadas foram elas.
Da cabeça aos pés, do teu corpo... pelas entranhas, na alma tocaram.
Benditas sois vós, Dona da delicadeza... a vós rezei o rezei, o meu corpo.
Por vós mereci a bondade... aos vossos pés me deitei.
Por eles amarinhei... chegadas as cochas... sobre elas chorei.
Fechadas ao alto vivi... o prazer de uma dor não sentir.
Do meu corpo soltaram-se amarras... amarras velhas.... amarras soltas.
Soltas que nem vento... ao mar foram deitadas.
Tonto, embriagado... fervo de amor... em águas brutas navego.
Fraco de amarras soltas...
Corpo, que me dizes? Como estás?
Sente... sente a liberdade aos teus pés... a vontade no vento.
Como estás? Sente... mesmo doente... sente o calor e o frio.
Como estou? Livre... sinto o vento... o mar, a bater-me na alma.
Leve, bastante leve... me sinto... sinto a passar-me na alma.
Sinto o mar a entrar... a inundar.
Sente, sente, corpo, corpo meu... flutua na água do mar.
Manuel Areia
3 commentaires:
Saudades de vir aqui e sentir as tuas palavras. Beijinho.
Há dias em que não sabemos quem somos… como definir-nos… Quais são os acontecimentos do passado que merecem ser raízes para erguer aquilo que somos hoje? E sobretudo, quem escolhe estes acontecimentos? Somos nós?
Talvez sim, talvez não… por mais que nos custe superar alguns acontecimentos, e sendo bem sucedidos neste processo, existem outros que não esquecemos, que não superamos e que volta e meia nos inquietam e destabilizam…
Tudo o que é passado define-nos e como tal somos únicos. Acontece que esta unicidade é característica partilhada com todos os seres humanos. A nossa unicidade torna-se então vulgar!
Mas, o que nos deixa ser seres sorridentes e assentes na terra enquanto seres equilibrados e talvez felizes?
A nossa auto-percepção!? Talvez sejamos a única pessoa à face da terra que será capaz de nunca nos desiludir; isto porque, no fundo sabemos o que somos, somos o nosso constante acompanhante e sabemos o que nos vai na cabeça.
Mas, porque é que não conseguimos estar constantemente equilibrados e satisfeitos (bem com a vida)??
Serão as exigências da sociedade que nos perturbam?
No fundo hoje, em contexto globalizado, tudo merece nossa atenção – tudo nos é acessível, tudo não nos deve deixar indiferentes e sobretudo nós devemos “estar a par de tudo” e agir. Somos tudo: filha, filho, irmã, irmão, neta, neto, tia, tio, aluna, aluno, estudante, trabalhador(a), pessoa civil … vamos à ginástica, à associação axy e sei lá mais o quê…somos tudo e não somos nada – a não ser que queiramos consentir em sermos participativos. Fazemos tudo ou quase tudo, nada ou quase nada… e quando olhamos para dentro e perguntamos: “somos felizes”? Talvez não saibamos responder…
Quem és...? Vou reflectir ao que escreveste... inté...
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